quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Educação: Piso deve ter reajuste de 22% e professores em Heliópolis são castigados


O governo deve confirmar um reajuste de 22% no piso nacional dos professores. O índice representa a variação no valor mínimo de investimento por aluno do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) entre 2011 e 2012 e levaria o salário-base dos atuais R$ 1.187 para R$ 1.450 mensais. Apesar da pressão de prefeitos e governadores, que alegam não poder arcar com o aumento acima da inflação do salário mínimo e dos professores, a tendência do governo é manter a lei como está. Qualquer valor inferior aos 22% abriria espaço para contestação judicial ou teria de ser apresentado com mudança na lei. A lei que criou o piso diz que o reajuste será feito todo janeiro, no mesmo porcentual da atualização do valor do Fundeb, e terá de ser o menor valor básico para os professores por 40 horas-aula semanais. Governadores e prefeitos pressionavam o governo federal para dar aos professores apenas a variação da inflação (6,5%). Em 2011, o reajuste de 16% já incomodou Estados e municípios. Hoje, 16 Estados não cumprem o piso. Outros cinco pagam menos que os R$ 1.450 que devem entrar em vigor em fevereiro. Não houve conversa definitiva sobre o assunto entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro Fernando Haddad. A decisão final ainda não foi tomada, até porque o ministro espera os dados consolidados do Tesouro Nacional para fechar o valor final do reajuste do Fundeb. É improvável, no entanto, que esse seja menor que os 22% calculados até aqui.
Heliópolis sem rateio e sem concurso
Enquanto isso, em Heliópolis, os professores penam sem um Plano de Carreira que contemple conquistas comuns como Regência de Classe. Para piorar a situação, 2011 foi um ano atípico: a arrecadação aumentou em quase 1 milhão e não houve rateio. Em compensação, o número de contratados superou o número de professores concursados. O prefeito Walter Rosário chegou até a colocar dois professores contratados por turma, numa clara demonstração de retaliação aos profissionais da educação. Além disso, o gestor desafiou a Justiça e não fez concurso, mesmo assinando um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) se comprometendo a realizar o certame. Se o prefeito não respeita o que diz diante de autoridades superiores, imagine ante aos professores de Heliópolis. E, para 2012, ano político, a tendência é piorar. As ações jurídicas do SINDHELI estão sendo tomadas, mas a Justiça parece travada. Outro caminho seria pressionar o executivo via Câmara de Vereadores. Na verdade, apenas a vereadora Ana Dalva, do PPS, está combatendo em todas as linhas e fazendo o que pode. Resumindo, os professores de Heliópolis só terão o recurso da greve. Sendo assim, há séria ameaça de o ano letivo não iniciar. A administração municipal vai usar o novo valor do Piso para dizer que não tem condições de melhorar o Plano de Carreira, o que não é verdade. Certo é que ninguém jamais imaginaria que os professores teriam suas conquistas engavetadas exatamente num governo esquerdista do PCdoB. Os profissionais de educação do município foram castigados por acreditar num discurso vazio. Agora estão sendo degolados pela foice e pelo martelo.
Com informações complementares de LISANDRA PARAGUASSU – de O Estado de S. Paulo.

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