Do portal IG.
Para a ex-senadora Marina Silva,
as manifestações realizadas em todo o País nas últimas semanas ensinam aos
políticos pelo menos duas coisas: há um novo “sujeito político” em formação e
essas novas pessoas querem um novo jeito de governar.
Marina Silva tenta organizar a REDE |
“Esse novo sujeito político que
está emergindo é fruto da combinação de muitas coisas: da quebra da
intermediação da informação, da capacidade de interação. Esse novo ativismo não
é dirigido por partido, sindicato, é um ativismo autoral. Isso tudo tem algo
muito importante de ser percebido”, afirmou.
Segundo a possível candidata às
eleições presidenciais de 2014, que trabalha para viabilizar a criação de seu
novo partido, a Rede Sustentabilidade, o novo desenho político esperado por
essa geração exige uma agenda comum entre os governos, que seja de Estado e não
partidária.
“O Brasil quer um realinhamento
político novo. Os partidos não devem querer governar sozinhos. Depois disso
tudo, só há um caminho: pensar uma agenda para o Brasil que seja maior do que
os partidos. Temos de entender que Estado não é governo e governo não é
partido. Não se pode mudar a agenda só porque mudou o governo ou o partido”,
defendeu.
Marina ressaltou que a demanda da
população por protagonismo político ocorre no mundo todo. Para ela, com as
mudanças provocadas pela internet, esse fenômeno era “uma questão de tempo”, já
que a rede, como ela analisa, mudou meios de comunicação, ciência, cultura.
“Essas pessoas não querem mais ser espectadoras. Elas foram renegadas pelos
grandes partidos que têm o monopólio da política. As pessoas que estão indo
para as ruas querem novas formas de realização da democracia”, comentou.
A ex-senadora admite que não é
possível prever o resultado de todos os protestos. Os desafios, na opinião
dela, é manter o “ativismo autoral” sem que ele se perca “no individualismo e
na fragmentação”. “Temos de perceber que essa situação é genuína e não é uma
reconstrução do que passou. É um erro querer rotular e se apropriar disso. O
Brasil pode ser um país de um novo paradigma. Há algo em estado de latência”,
disse.
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