O carioca Alexandre Lopes vence 180 mil docentes na Flórida
e concorre ao título de Professor Nacional do Ano por seu trabalho com alunos
especiais
Paula Rocha – da revista ISTOÉ
INCLUSÃO Lopes em aula com estudantes da escola Carol City Elementary: muitos são autistas |
Um brasileiro está fazendo história nos Estados Unidos. O
carioca Alexandre Lopes, 43 anos, natural de Petrópolis (RJ), acaba de ser
eleito o melhor professor do Estado da Flórida e agora concorre ao título de
melhor dos EUA. A conquista foi realizada após mais de seis meses de um
rigoroso processo seletivo, que incluiu etapas regionais, municipais e
estaduais. Lopes foi eleito o melhor entre cerca de 180 mil docentes da rede de
ensino público da Flórida por seu trabalho realizado com crianças com
necessidades especiais em idade pré-escolar. Há oito anos, o brasileiro atua
como professor de educação inclusiva na escola Carol City Elementary, em Miami
(Flórida), onde leciona para meninos e meninas de famílias de baixa renda –
muitos deles autistas. A ideia de concorrer à premiação partiu da própria
instituição onde Lopes trabalha. “Fiquei lisonjeado com a indicação, mas nunca
achei que eu chegaria tão longe. Minha ficha ainda está caindo”, afirma.
A paixão do brasileiro pela educação foi despertada ainda na
infância, porém Lopes só passou a trabalhar como professor após imigrar para os
Estados Unidos, em 1995. Depois de atuar como comissário de bordo por mais de
seis anos, em 2001 ele decidiu largar o emprego para correr atrás do seu antigo
desejo. Sua ideia original era se tornar professor de línguas estrangeiras, mas
uma conselheira vocacional o orientou a atuar na área de educação inclusiva.
“Na época eu nem sabia o que isso significava, mas logo que entendi me
apaixonei e decidi começar um mestrado na área”, diz. Enquanto realizava as
entrevistas e dissertações para concorrer ao título de melhor professor da
Flórida, Lopes ainda conciliava o trabalho como docente com o doutorado em
educação na Universidade Internacional da Flórida. Agora ele deve permanecer um
ano longe das salas de aula, cumprindo a agenda de compromissos que seu novo
título exige, e que inclui palestras e a participação em workshops sobre
educação.
O resultado da eleição para melhor professor dos Estados
Unidos só será divulgado em abril de 2013, em uma cerimônia na Casa Branca com
a presença do presidente americano. Mas, independentemente de ganhar a etapa
nacional ou não, o brasileiro garante que já tem motivos de sobra para
comemorar. “Só o fato de poder inspirar a paixão pela educação e, ao mesmo
tempo, me tornar motivo de orgulho para o meu país já me faz sentir realizado.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário