domingo, 5 de agosto de 2012

Exemplo: Um brasileiro entre os melhores professores dos EUA


     O carioca Alexandre Lopes vence 180 mil docentes na Flórida e concorre ao título de Professor Nacional do Ano por seu trabalho com alunos especiais
     Paula Rocha – da revista ISTOÉ
INCLUSÃO
Lopes em aula com estudantes da escola
Carol City Elementary: muitos são autistas
     Um brasileiro está fazendo história nos Estados Unidos. O carioca Alexandre Lopes, 43 anos, natural de Petrópolis (RJ), acaba de ser eleito o melhor professor do Estado da Flórida e agora concorre ao título de melhor dos EUA. A conquista foi realizada após mais de seis meses de um rigoroso processo seletivo, que incluiu etapas regionais, municipais e estaduais. Lopes foi eleito o melhor entre cerca de 180 mil docentes da rede de ensino público da Flórida por seu trabalho realizado com crianças com necessidades especiais em idade pré-escolar. Há oito anos, o brasileiro atua como professor de educação inclusiva na escola Carol City Elementary, em Miami (Flórida), onde leciona para meninos e meninas de famílias de baixa renda – muitos deles autistas. A ideia de concorrer à premiação partiu da própria instituição onde Lopes trabalha. “Fiquei lisonjeado com a indicação, mas nunca achei que eu chegaria tão longe. Minha ficha ainda está caindo”, afirma.
     A paixão do brasileiro pela educação foi despertada ainda na infância, porém Lopes só passou a trabalhar como professor após imigrar para os Estados Unidos, em 1995. Depois de atuar como comissário de bordo por mais de seis anos, em 2001 ele decidiu largar o emprego para correr atrás do seu antigo desejo. Sua ideia original era se tornar professor de línguas estrangeiras, mas uma conselheira vocacional o orientou a atuar na área de educação inclusiva. “Na época eu nem sabia o que isso significava, mas logo que entendi me apaixonei e decidi começar um mestrado na área”, diz. Enquanto realizava as entrevistas e dissertações para concorrer ao título de melhor professor da Flórida, Lopes ainda conciliava o trabalho como docente com o doutorado em educação na Universidade Internacional da Flórida. Agora ele deve permanecer um ano longe das salas de aula, cumprindo a agenda de compromissos que seu novo título exige, e que inclui palestras e a participação em workshops sobre educação.
     O resultado da eleição para melhor professor dos Estados Unidos só será divulgado em abril de 2013, em uma cerimônia na Casa Branca com a presença do presidente americano. Mas, independentemente de ganhar a etapa nacional ou não, o brasileiro garante que já tem motivos de sobra para comemorar. “Só o fato de poder inspirar a paixão pela educação e, ao mesmo tempo, me tornar motivo de orgulho para o meu país já me faz sentir realizado.”

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